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Monthly Archives: May 2014

Ela, sentada na mesa, se desesperava entre o quase rir e o quase chorar das desventuras de hora se querer aventuras e de hora querer se acomodar. “E Vinicius de Moraes? Casou nove vezes! Uma vez li Maria Bethânia contando que cada vez que ele entrava em uma crise, se colocava a chorar intensamente, daquele jeito mesmo, na mesa do bar. ‘A chama simplesmente apagou’, dizia ele, tentando explicar porque logo ontem existia algo que hoje não existe mais. E sofria!”. Será canto de Ossanha isto que ela ouve constantemente pela vida neste momento? Pensei. Concluímos que, do contrário, tão chata seria a vida…

 

Vinicius, ele, do (nosso) dezenove de outubro.

 

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Deu saudades da Lay Turce, aquela fotógrafa admirável, amiga de anos, que eu nem sei a quantas anda, que eu mal sei se hoje ainda existe. Foto por ela, na casa dela, há mais ou menos três anos atrás (que ficam para trás, trás e trás…)

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(…) Ah, é duro para mim me reconciliar com isso tudo. Talvez por isso eu seja uma moça — assim posso viver com mais segurança que os rapazes que conheci e invejei, ter filhos e instalar neles o desejo intenso de aprender e amar a vida que eu jamais chegarei a sentir plenamente, pois não há tempo, pois não há mais tempo, em vez disso há o medo súbito e desesperado, o relógio que bate e a neve que cai de repente demais após o verão. Certo, sou dramática e meio cínica, indolente e meio sentimental. Mas nos anos fáceis poderei amadurecer e descobrir meu caminho. Agora estou vivendo numa situação crítica. Estamos todos na beira do precipício, isso exige muito vigor, muita energia, seguir pela borda, olhar para baixo, ver a escuridão profunda sem ser capaz de identificar através da névoa amarelada e fétida o que jaz abaixo do lodo, na lama que escorre cheia de vômito; e assim sigo em frente, imersa nos meus pensamentos, escrevendo muito, tentando achar o centro, um significado para mim.”

(Sylvia Plath, em seus diários de altergo meu).

Pratique amor, faça o amor!

Passa por tantos quantos forem os corpos

Deixa que muitos corpos passem entre si

Sem arrependimento

… Ou quase!

O único que tem nome sem ter

O único que cabe sem caber

Dá certo até que dê errado

… Pasme!

 

 

(:

 

 

 

A gente nunca vai saber se feio ou se bonito é, se vai ser, seja quem for. Talvez a gente nem queria deixar acontecer o olhar do outro, ou deixar-nos acontecer no olhar do outro, em parte pelo egoísmo do não querer, em parte porque é ele que desce e sobe e diz o “sim” ou o “não”. Panoramas de beleza, conjuntos de vários achados, difícil a existência sem julgamento. Eu acho, você não. Eu perco, eu quero – me deixa! qualqueiras!

 

 

 

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