Pensei que dormiria, mas novamene sentir ir e ir, senti me abandonar aquilo que eu nem ainda conhecia. Lá vem, o mestre do sentir desconhecido! Mesmo sem conhecer, eu me sentia entregue cada vez mais. Estava desanimando a cada sentir sumir, a cada lento apagar de noites afins que me impediam de querer terminar um diálogo. Vi minha força ali: eu sentia alguma presença e era o que importava. “Vamos conversar por mais algumas horas? Eu preciso de instantes que cubram instantes, especificamente estes instantes, que tentam me impedir de querer perpetuar…”.
Estava agora pouco tentando me apoiar em certezas, afinal, em que mais poderia apoiar-me? Conclui esta questão em meio a várias outras de más passagens, de subterrâneos afins, destes que construímos com nossas próprias faltas e com a falta de outros, que sentimos de outros, que construímos aos poucos, sem ter grande percepção a respeito, até que nos entregamos completamente. Mas não, não era mais a certeza das incertezas aquilo que me interessava, não era mais esta absurda complexidade na qual até aqui me viciei, a qual utilizei como base para tantos e todos complexos. Doem-me a cabeça, os membros, dói-me esta mistura de dentro e fora, este entregar-se ao somático. Eu precisava da sensação mais simples, mais infantil possível, se assim posso dizer, de que haveria um algo ali que não teria interesses em mudanças e em desaparecimentos. Depois de tantos percalços e de tantos caminhos entravados entre subterrâneos, precisava de algo estupidamente fixo, algo que eu pudesse usar como ponto de apoio para girar corretamente, para mover-me pelo meu mundo, e mesmo pelos necessários rasgos subterrâneos. Agora pouco, disto me convenci, após olhar de forma macro, de forma absurdamente generalizada frente ao que a mim se impõe: a simplicidade é necessária. O espaço de fluxo, de respirar, é simples e óbvio, talvez até estúpido, mas ainda necessário.